terça-feira, 20 de junho de 2017

Depoimento de uma tecnocrata: Reciprocidade no espelho

“Mesmo com uma jornada tão insaciável de trabalho sentada juvenil sentada entre um grupo de estudantes de alguma graduação. De longe vejo meu pai, tão distraído quanto estava na manhã de café comigo, eu poderia conversar com trezentas pessoas em uma noite que ele não notaria. Não me interessava por nomes, política comum na penumbra desse bar, razão qual sou adepta e mesmo sendo filha, uma de suas melhores clientes. Desde algumas semanas esses debates só ficavam interessantes quando ele chegava, sempre do oculto se revelando e uma áurea se forma naturalmente sobre ele, todas as noites.  Hoje com minha carreira consolidada, meu pai me falava para usufruir o livre arbítrio, porquanto papai estava grisalho e de alma cansada de pertinências sociais, julgava eu, e assim eu me emancipei. De longe notei-o de pensamento reflexivo e distante, como quem fazia mecanicamente rotinas do ofício... analisar as expressões miméticas do próprio pai fora interrompido pelo som da porta, como uma sombra se movimentando, ele se senta meio de longe, em silêncio permanece por longos minutos. Se levanta e vai até o balcão, papai o reconhece com um pulo, conversam amistosamente mas não me lembro de se conhecerem antes, parecia que a existência de Télio era ignorada por papai. Permanece por outros longos minutos sozinho no balcão e como de costume depois de três serem esvaziados se senta na mesa com seu quarto copo, este que dura por horas enquanto aborda com maestria todos as questões levantadas, soluciona todos! E todas as noites me tem, como quem nunca me tivesse tido, nesse amor distraído que me permito viver.”

Depoimento de um esquizofrênico: Auto-penitências

Há meses preso nesse ciclo, talvez não merecia tanta confiança dada pelo meu especialista... não consigo lidar com a pressão dessa vida, co...