terça-feira, 20 de junho de 2017

Diário espiritual de um esquizofrênico: Subsistência social.

Acordado sinto em minha pele o clima de uma manhã fria com sol ao som de pássaros, antes de abrir os olhos me permito em uma paralisia de sono voluntária para poder protelar as responsabilidades de minha vida e nisso me lembro de adormecer com sabor de vinho no paladar e uma interpretação livre de algo de Clarice Lispector como “Nasci para três coisas que são a minha essência: escrever, amar e ser mãe. E amar é tão completo que se estende e poder aprender a me perdoar... com o que sobra” e percebo o que meu consultor social, que é como ele gosta de se definir como função no mundo ideal que ele me falou preferir viver, conversou comigo sobre minhas condições, não que eu tenha nascido para os três pontos de Clarice, mas eu deveria ter os meus, posso saber quais, mas vivo de uma decisão tão latente que supersticiosos poderiam me rotular como libriano, mas gozo da liberdade do ceticismo. Divagações a parte, sinto que devo definir vocações vitais, sei que não seria o amor, sou apático de natureza, tanto que vivo uma vida que surtaria qualquer um, pois poucos migram do distrito federal com pouca bagagem e prosperam na cidade mais populosa do país. Mas não é conquista demográfica que me interessa, não posso nem desejo pagar por luxo, tenho despesas caras com meu profissional do ego, afinal vim para esta interessante cidade apenas para ser atendido por sua especialidade, que é pioneira no país. Percebo que estou tentando abrir ferida pensando em custo de tudo isso, mas nem isso me afeta, o que conversa com meus sentidos é apenas um recente e compulsivo desejo pelo sabor do café. 

Depoimento de um esquizofrênico: Auto-penitências

Há meses preso nesse ciclo, talvez não merecia tanta confiança dada pelo meu especialista... não consigo lidar com a pressão dessa vida, co...