sexta-feira, 16 de junho de 2017

Diário de um psiquiatra: O silêncio que fala do alter ego discreto

‘Enquanto caminhava dominava seus sentidos, lembrando que já havia pensado sobre este perfil de momento se viu dentro da práxis da projetada tese dos preceitos básicos do definir prioridades a nível de sobrevivência porquanto lhe parecia mais viável estar fisicamente seguro em algum lugar que tentar lembrar onde estava e o que estava fazendo. Sabendo do seu hábito compulsivo de anotações tentou achar algum em seus bolsos, dia de sorte, encontrou um que dizia hora e local da próxima palestra, mas faltou anotar o assunto, infeliz se consolou no plano de levar vários tópicos e palavras chave para cada, estava na hora de montar um portfólio intrapessoal como maleta de ferramentas. Nota suas mãos trêmulas... mas não as sente, estão dormentes e para guardar a anotação acionou mecanicamente a outra mão, se assusta com o som do papel no bolso, este sentido se equalizando e provocando sentidos novos. Sente cheiro de manhã, deve estar sendo uma manhã linda para quem dormiu uma noite e a vê. Ouve os pássaros, cheiro de café, som de passos e por esses padrões e locais que habitualmente frequenta deduziu localidade geográfica e assim se ajustou, usando a posição do sol no corpo para se direcionar, seus sentidos feridos o conduzirão.’ 

Depoimento de um esquizofrênico: Auto-penitências

Há meses preso nesse ciclo, talvez não merecia tanta confiança dada pelo meu especialista... não consigo lidar com a pressão dessa vida, co...