Acontece de perder o controle em alguns momentos dessa personalidade superficial, onde quem entra em cena é um animal extremamente selvagem, apático e de muita maldade. Em configuração de fala bem simples, digo que o que sinto é uma vontade verdadeira de carnificina, de assassinato. Visualizo mentalmente, com facilidade, o estripar de fibras musculares, a expressão alheia de dor, gritos que acariciam minha alma.
Não existe poema nesse mundo que digo. O que digo é o puro inferno, uma realidade comum à psicopatia, como diriam especialistas.
Reprimo com força qualquer desejo que seja, mas não consigo reprimir os pensamentos, eles correm soltos, livres, entorpecendo todos os outros.
A vontade que sinto é pelo amor, por carinho. Creio que esses fragmentos psicóticos sejam tentativas de dizer que antes havia um vazio, onde era amor, hoje se vê o ódio e todas as suas delicias...
Arnaldo Junior