sábado, 2 de janeiro de 2010

Pensamentos soltos, Capitulo 4

Meus pulsos não são o suficiente, minha mente trepida ao sabor do devaneio, minha insanidade tão coerente me ludibria, veementemente, desejando minha sanidade, se consumindo de incógnitas e variáveis, expelindo certezas absolutas sobre o começo de tudo, certezas ansiosas pelo fim, um fim de dores e delicias, um fim exaltado pela medíocre existência própria, pela existência alheia, pela existência da própria existência. Tal fim tão lindo como o começo, tão expressivo como o despertar de um amor irracional, como o despertar de um ódio doentio, um fim tão amado, tão esperado, uma espera que rasga a alma causando um ranger de dentes que me surda a consciência, que me cega a vida, uma overdose de sentimentos opostos ao extremo, no limite de cada um deles, fracionados entre contradições. O terror que aos sussurros me usurpa, que me envolve num calor irresistível, causando mutações perigosas, que reprimem minha existência aceitável, perpetuando o caos, quase que rompendo a linha tênue entre a odiada sanidade, e a completamente adorada loucura.

Arnaldo Júnior

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Pensamentos soltos, Capitulo 3

Entre insônias, disparos insanos de idéias entre lombras noturnas; cego ao que deve ser feito e vivido, cego aos padrões e scripts; vou me especializando em escória. Não entendo a realidade real, a realidade ideal, não entendo o que tanto dizem, as vezes tenho a certeza de que até audíveis são, esses sons. Insônias abençoadas pela anarquia, amaldiçoada pela ordem social. Peco em viver no submundo, em viver amores baratos, peco em cultivar o pior do que se espera, em sentir tanto ódio por amor, e tanto amor pelo ódio, peco por pensar; amaldiçôo o amanhã igual o ontem, que inevitavelmente foi idêntico ao hoje, e a infinidade de replicas de um único dia ao longo de todos esses dias que se passaram. Sou um péssimo colecionador de experiências; menosprezo o que se espera da vida, menosprezo o interesse ridículo em deferir o egoísmo expressivo nos achismos tão pessoais, que de longe te interessam.

Arnaldo Júnior

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Depoimento de um esquizofrênico: Auto-penitências

Há meses preso nesse ciclo, talvez não merecia tanta confiança dada pelo meu especialista... não consigo lidar com a pressão dessa vida, co...