Dedicado à Lorena Alcântara, com carinho.
Na imensidão, sozinha ao anonimato, incerta de propósitos, do quão frio posso estar, do quão posso suportar. A velocidade me impressiona, velocidade que corrompe minhas certezas, que direção tudo isso leva? O atrito que dilacera minha silhueta, ao mesmo tempo a mantém. Quem dera eu poder ao menos me deliciar da gravidade, da estabilidade, ou quem sabe se eu ao menos estivesse em um sobressalto expressivo da felicidade de um amor correspondido. Aos lapsos e levitares de consciência escuto o ressonar da noite, o silencio me traz uma breve paz seguida da surpresa, enfim me misturo a outras como eu, de uma simples gota de chuva a um pedaço do mar.
Arnaldo Junior