sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dedicado à Lorena Alcântara, com carinho.

Na imensidão, sozinha ao anonimato, incerta de propósitos, do quão frio posso estar, do quão posso suportar. A velocidade me impressiona, velocidade que corrompe minhas certezas, que direção tudo isso leva? O atrito que dilacera minha silhueta, ao mesmo tempo a mantém. Quem dera eu poder ao menos me deliciar da gravidade, da estabilidade, ou quem sabe se eu ao menos estivesse em um sobressalto expressivo da felicidade de um amor correspondido. Aos lapsos e levitares de consciência escuto o ressonar da noite, o silencio me traz uma breve paz seguida da surpresa, enfim me misturo a outras como eu, de uma simples gota de chuva a um pedaço do mar.

Arnaldo Junior

sábado, 2 de janeiro de 2010

Pensamentos soltos, Capitulo 4

Meus pulsos não são o suficiente, minha mente trepida ao sabor do devaneio, minha insanidade tão coerente me ludibria, veementemente, desejando minha sanidade, se consumindo de incógnitas e variáveis, expelindo certezas absolutas sobre o começo de tudo, certezas ansiosas pelo fim, um fim de dores e delicias, um fim exaltado pela medíocre existência própria, pela existência alheia, pela existência da própria existência. Tal fim tão lindo como o começo, tão expressivo como o despertar de um amor irracional, como o despertar de um ódio doentio, um fim tão amado, tão esperado, uma espera que rasga a alma causando um ranger de dentes que me surda a consciência, que me cega a vida, uma overdose de sentimentos opostos ao extremo, no limite de cada um deles, fracionados entre contradições. O terror que aos sussurros me usurpa, que me envolve num calor irresistível, causando mutações perigosas, que reprimem minha existência aceitável, perpetuando o caos, quase que rompendo a linha tênue entre a odiada sanidade, e a completamente adorada loucura.

Arnaldo Júnior

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Pensamentos soltos, Capitulo 3

Entre insônias, disparos insanos de idéias entre lombras noturnas; cego ao que deve ser feito e vivido, cego aos padrões e scripts; vou me especializando em escória. Não entendo a realidade real, a realidade ideal, não entendo o que tanto dizem, as vezes tenho a certeza de que até audíveis são, esses sons. Insônias abençoadas pela anarquia, amaldiçoada pela ordem social. Peco em viver no submundo, em viver amores baratos, peco em cultivar o pior do que se espera, em sentir tanto ódio por amor, e tanto amor pelo ódio, peco por pensar; amaldiçôo o amanhã igual o ontem, que inevitavelmente foi idêntico ao hoje, e a infinidade de replicas de um único dia ao longo de todos esses dias que se passaram. Sou um péssimo colecionador de experiências; menosprezo o que se espera da vida, menosprezo o interesse ridículo em deferir o egoísmo expressivo nos achismos tão pessoais, que de longe te interessam.

Arnaldo Júnior

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Depoimento de um esquizofrênico: Auto-penitências

Há meses preso nesse ciclo, talvez não merecia tanta confiança dada pelo meu especialista... não consigo lidar com a pressão dessa vida, co...