sábado, 28 de janeiro de 2012


Na penumbra do meu consultório, observo a sombra de uma cadeira ao chão, usando da claridade do sol refletida da lua, que depois de percorrer um caminho espacial tão peculiar, distante e perigoso, veio acabar logo aqui, na madeira velha e surrada de onde eu piso. Inclino um pouco o meu rosto, me viro na poltrona, cruzando uma perna sobre a outra, apoiando meu cotovelo sobre o braço encourado. Com as mãos apoio meus dedos ao queixo, pensando em como é incrível minha habilidade em ver os últimos três meses como se fossem alguns anos. Esqueço um pouco disso, levanto-me, aos arrastos, e percebo que meu corpo já não descansa há dias. Já de pé, dou um passo e instantaneamente sou invadido por uma luz avermelhada, apoio-me com os braços ao canto da parede, aperto forte os olhos e abro-os novamente, tudo está como deveria estar, o embaçado habitual que refugia os meus sentimentos.   
Arnaldo Junior.

Depoimento de um esquizofrênico: Auto-penitências

Há meses preso nesse ciclo, talvez não merecia tanta confiança dada pelo meu especialista... não consigo lidar com a pressão dessa vida, co...