Hoje quero entrar num padrão que eu estava muito evitando, que é o clássico diário, falar de mim diretamente, sem rodeios (lógico que usufruindo de metáforas pra ocultar o verdadeiro contexto) e abrindo meu coração e minha mente, mostrando todas as engrenagens e todas as anomalias hoje existentes lá. Obvio que não vou falar horário das coisas que faço e nem o que fiz no decorrer do meu dia, porque isso é altamente irrelevante, quero falar de mim, uma conversa franca comigo mesmo, talvez eu não saia tanto assim do padrão, acho que desde o começo isso sempre foi assim, eu falando pra mim pra um suposto psicólogo, que ironicamente seria eu mesmo, meu lado estável, cuidado do seu lado instável, estou começando a me achar uma contradição, acho que vou simplesmente deixar fluir, falar o que tenho em mente e no final quem sabe vir com o meu superficial e incompetente diagnóstico.
Quero relatar algo importantíssimo, que provavelmente não vai ficar na minha mente por tanto tempo mais será super conveniente ser registrado, por ter sido importante pra mim e trivial. Bom, alguns dias atrás, conversando com um mentor(a), falando sobre tudo fui abordado com o seguinte pensamento: ‘você me desapontou, eu apostava tudo em você, você era perspicaz, ambicioso e visionário, agora ta acomodado, uma felicidade volátil e infundada’. Confesso que passei uns 15 minutos não conseguindo concentrar nos outros assuntos por que isso me pegou de surpresa, desapontado comigo mesmo, desapontado ainda mais com o argumento deferido, que saiu da minha garganta da forma mais espinhosa possível, me arrependi de pensar no que estava prestes a dizer e me arrependi de não ter contido o que estava dizendo, meus pensamentos ficaram por traz de tudo na minha mente, deixando totalmente exposto o que foi dito e aguardando a pior reação possível, posso ta parecendo um tanto eloqüente nesses comentários, talvez esteja, mais eu fui capaz de dizer: ‘tenho tudo muito fácil, vivo uma vida sem problemas e nunca precisei me sacrificar pra viver como eu vivo, não sei gastar com nada e nem família penso em constituir’. Fui eloqüente quando me achei a escória da minha raça? Bom, isso ainda ta aqui na minha mente. Ressoando ininterruptamente, disputando prioridade com as minhas idéias. Mais acho que ainda preciso pensar muito nisso tudo, ouvir e falar aqui não foi o suficiente! Quero uma vida feliz, ouvi uma vez, de uma pessoa que admiro muito, por ser visionário e objetivo, a seguinte frase: ‘ser rico não é ter dinheiro sobrando, ser rico é viver bem, com o conforto necessário e tranqüilidade’, a partir daí passei a aderir a essa ideologia, uma teoria que precisava entrar em prática, acho que nunca é tarde demais pra acordar, tenho meus planos, metas e objetivos, não sei dividir isso nem comigo mesmo aqui neste blog, mais sei que serão o suficiente pra mim.
Já tirei os 25% que andavam me perturbando e que colaboraram um pouco com a minha insônia de hoje, agora vamos a uma fatia do bolo, os sentimentos.
Não quero parecer inconveniente e nem desiludido, mais aprendi que amar é algo impossível a ser recíproco, não impossível em probabilidades, mais ele é necessariamente impossível, entendeu? Bom... amar é algo bom, a reciprocidade é uma conseqüência das mais prováveis quando acontece, comigo sempre aconteceu, mais nunca foi viável, eu sei que fui amado em todos os meus reais relacionamentos como também amei, não sei dizer quem amei mais e me nego a acreditar que amei uma mais do que a outra, porque amor é amor, e por si próprio não tem seus limites, a forma da abrangência em sua personalidade e estado de espírito que deixa a coisa mais distinta de um ao outro. Descobri isso a muito pouco tempo, bom, o fato é que amar é algo complicado, amar é investir, dar muito mais do que receber, e buscar manter o equilíbrio dentro de você. Alias... acho que talvez essa seja uma peculiaridade minha, as vezes observo certos relacionamentos e não vejo isso ser comum entre eles, esse tal equilíbrio interior parece ser um problema com muita gente, pra mim isso não importa, sei administrar muito bem meus defeitos e minhas qualidades, não quero sair distribuindo conselhos e muito menos escrever aqui um texto de auto-ajuda, mais pra mim amar, é também buscar esse equilíbrio, manter-me à margem da loucura/razão, creio que tenho certas tendências em perder a razão em determinadas situações, talvez, inconscientemente eu tenha sofrido de uma auto evolução preventiva, um conceito novo, obvio que totalmente irreal, mais divertido de se imaginar. Voltando ao que estava falando, bom, quero falar mais sobre essa tal hipocrisia de evolução preventiva não. Amar... amar não é algo que eu invejo, nem desejo, o amor sempre me machucou, já amei incondicionalmente, inocentemente e também fui ferido na mesma proporção, sempre acontece não é?! Normalmente acontece uma vez só, comigo foi assim, obvio que tem suas exceções, mais eu já amei assim, a alguns anos, não me lembro de muita coisa do que aconteceu, fiquei cego por uns 6 meses e talvez surdo e provavelmente desprovido de razão psicológica. Porque eu sabia sempre onde tudo isso iria acabar, como sempre soube em todos os meus outros relacionamentos, mais eu precisava passar por aquilo, se não fosse daquela vez teria sido em outra, e fico feliz em saber que foi naquela época, tinha muito pouco a perder e muuito a ganhar, decepções românticas na adolescência é um treinamento cruel ao homem, não estou sendo nem um pouco exagerado com esse comentário insensível, falo pro experiência própria, vivi os próximos anos à minha maneira, amando do meu jeito e me envolvendo na medida certa, acreditando sempre que ‘a dor é inevitável, mais sofrer é opcional’ (frase vista a alguns anos em algum livro), isso foi algo que ressoava em meu intimo, repetia inúmeras vezes pra mim mesmo toda vez que um grande amor apagava, independente da forma ou circunstância, é impossível não sentir a dor, apesar de eu achar que o sofrimento é opcional sempre sofri, em todas as fases de términos.
Queria poder escrever mais, mas preciso dormir, felizmente deu sono, e o único objetivo desse desabafo era limpar minha mente ao ponto de sentir sono, tenho minhas prioridades, e dividir com o mundo minhas fraquezas está longe de ser uma delas.
Fico devendo um diagnostico