(...) Sons de pessoas conversando ao meu redor, não
sei quem são, me levanto e me inclino por instinto para um dos lados me
orientando pela memória muscular, balbucio algumas palavras enquanto seguro
algumas notas de dinheiro amassado que tirei de algum lugar que parecia que
precisaria estar lá e me assusto por ver esse volume em minha mão estendida ser
trocado por outras notas e percebo que é o fim, que devo seguir meu caminho. Ao
sair me descubro em meio à cadeiras, esbarro em uma com a perna e ao me virar
esbarro o quadril na mesa, dói uma dor oca e intensa, que apertar parece
amenizar, então aperto com força... Achei a porta, saio decidido, aquele lugar
é familiar e instantaneamente me oriento, atravesso pessoas e sou marcado por
um cheiro agradável de uma delas, um perfume de alguém inteligente: perfume discreto,
de personalidade.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
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